29 abril 2009

Uma noite mágica...

Eram três horas da manhã quando olhei o relógio do celular e me dei conta que há vários dias não venho conseguido dormir mais cedo que isso. O clima estava ameno, aquele mormaço de ‘pós chuva’ que me faz cobrir com uma manta quase nunca usada. No meu quarto as janelas que ficam abertas na maior parte do dia pareciam maiores e mais bonitas quando vistas de minha cama na noite negrume apreciadas apenas com a luz do luar. Diferente das outras noites eu não estava bem á vontade para dormir e meus olhos estavam acesos como se o chá preto com leite que tomei mais cedo fosse um despertador.

Minha mente começou á rodopiar pensando em mil coisas ao mesmo tempo. Tentava fechar os olhos, mas minha cabeça agora me dava às ordens me forçando á pensar em coisas jamais imaginadas antes e para isso eu tinha que comprovar que não estava sonhando olhando pro céu que agora estava limpo e cheio de estrelas. Não sendo muito diferente dos outros dias, comecei á inventar possibilidades de vida, como uma viagem que se determina o destino, hora de partida e de chegada, e o que vamos encontrar lá depois.

Enquanto minhas idéias se entrelaçavam feito crochê o tempo passava deixando á cada hora um tipo de constelação diferente. Logo me veio a idéia de alguns meses atrás: o mundo gira. Pensei no quanto eu fui abrutalhada naquela época e em como meus sentimentos estavam tão presos que não conseguia me expressar de uma forma que quem estivesse ao meu lado me entendesse. Quando comecei á relacionar todos os defeitos pensei nas promessas que me fiz e que ainda não cumpri, nas palavras esperando o momento certo para serem ditas, e principalmente na coragem de dar o primeiro passo estando com o pé quebrado. Quem já viveu essa conjuntura entende meu pondo de vista.

Olhei pelas grades abóbora meio salmão da janela de novo e vi o Cruzeiro do Sul. Não sei porque, mas as estrelas em formato de cruz na mesma direção do terço feito de madeira que estava pendurado na grade me deu uma extrema força. Daí, lembrei também da fé que eu tinha e que tenho que readquirir de alguma forma. Restaurar meus sentimentos seria uma boa idéia. Meus pensamentos agora estavam de desfazendo como se as pontas do tecido que estava sendo entrelaçado estivessem se soltando por si só. Em cada ponto de agulha para fazê-lo tinha um pouco de problemas e á cada ponto desfeito tinha uma solução.

O admirável agora virou desprezível. Depois de todas as respostas encontradas para uma só pergunta senti meus pés mais quentes do que o restante do corpo. Finalmente consegui dormir e sonhei com àquela pessoa me dizendo baixinho: - ‘O fundamental não é o amor, mas a vontade de não querer ficar sozinho!’. Olhei para a janela e vi o céu azul bebê sem nuvens. Com um calor fora do comum tirei o cobertor de cima da metade de meu corpo e olhei para o forro. Amanheceu, é hora de voar...

2 comentários:

Amanda Silveira disse...

aponta pra fé ... e voa!

Lorena Morais disse...

Avuaaaaaaaaaaaa rs
Novo post, cadê?